pacing

 

Nos últimos textos postados no Blog, nós falamos sobre as mudanças que acontecem na vida da pessoa com dor e dos perigos de se evitar as atividades e do sedentarismo. Hoje, no terceiro texto da série "Uma VIDA com mais atiVIDADE" vamos mostrar uma maneira de enfrentarmos o principal desafio neste sentido- ter uma vida mais ativa, sem que isso intensifique a dor.

Primeiro, vamos deixar claro um ponto: é possível você aumentar o nível de atividade sem fazer a dor piorar! O primeiro passo é reconhecer como você está lidando com este problema atualmente: você tem vivido o ciclo de atividade-dor-repouso, que relatamos no texto passado? Tem feito atividades demais? Ou o contrário: tem feito atividades de menos?

Nos parágrafos seguintes, vamos ensinar uma estratégia muito eficaz para você quebrar estes ciclos. Se você realmente colocá-la em prática poderá alcançar muito. Para começarmos, aí vão três dicas: planeje – faça gradualmente – seja consistente. Esses são os princípios fundamentais de uma técnica chamada “pacing”, que em português significa algo como “marcar o ritmo”.

“Pacing” é uma estratégia que a pessoa pode usar em seu dia a dia para lidar de uma maneira mais eficaz com a dor crônica. O objetivo é planejar e monitorar as atividades, para manter um nível equilibrado e constante ao longo do dia. O recurso mais importante que temos para isso é o uso de critérios como tempo, distância ou número de repetições para definirmos o nível de atividade e não a dor. Ainda não entendeu? Vamos explicar melhor.

Muitas pessoas com dor crônica calculam o tempo de realização de algo a partir da intensidade da dor: quando começa a doer demais, param com o que estão fazendo. Esse critério pode ser bom para a dor aguda, mas no caso da dor crônica, isso pode significar que a dor assume o controle das suas atividades e isso não é bom. Portanto, o seu nível de atividade não deve ser estipulado a partir da quantidade de dor que você sente.

Com o “pacing”, você poderá realizar mais ao longo do tempo, ter mais controle sobre a dor, menos recaídas e usar menos medicação analgésica. Aprender o “pacing” exige prática. Porém é como andar de bicicleta. Uma vez que você entender o conceito e aplicar em sua vida, não esquece mais.

Um bom passo inicial é definir algumas atividades importantes para você. Você pode fazer uma lista com as coisas mais essenciais da sua vida e a partir desta lista escolher alguns comportamentos que você gostaria de trabalhar a partir desta estratégia que estamos lhe apresentando. Alguns exemplos de atividades que você pode escolher;

  • Laser e hobbies: cuidar do jardim, pintar um quadro, tocar um instrumento
  • Atividades sociais: sair com os amigos, visitar familiares
  • Exercícios físicos: caminhada, abdominais, musculação, jogar tênis
  • Trabalho (pago ou voluntário)

Há três aspectos muito importantes para conquistarmos esse objetivo:

1.Faça intervalos curtos e frequentes: faça uma atividade por um tempo determinado, depois faça um intervalo. Em seguida, faça mais um pouco e então mais um intervalo. Em outras palavras, alterne períodos de atividade com momentos curtos de repouso.

 

2.Gradualmente aumente o que você faz: No começo vai parecer que você está retrocedendo, pois está fazendo menos do que fazia antes. Porém, aos poucos, você percebe que está fazendo cada vez mais. A ideia do “pacing” é aumentar um pouco a atividade a cada dia. É essencial que cada aumento seja pequeno. Você não deve fazer mais do que planejou, mesmo que você esteja se sentindo muito bem. Em pouco tempo, estará apto a fazer muito mais do que antes e o que é melhor: sem que isso signifique um aumento da dor.

 

3.Divida as tarefas em porções menores: se a tarefa inteira parece muito para você, procure dividi-la em porções de uma quantidade que você consiga realizar sem maiores dificuldades.

 

Para deixar mais claro como funciona esta estratégia, vamos contar a história de dois pacientes fictícios, mas que representam aspectos muito comuns na vida de pessoas com dor crônica. Apresento a vocês o Alberto e a Sandra.

Alberto tem 64 anos, é casado e se aposentou há dois anos. Estando mais tempo em casa, ele decidiu ajudar sua esposa nas tarefas domésticas e fazer exercícios físicos. O problema é que as dores nas costas têm lhe atrapalhado bastante nestes dois objetivos. Em um dia, ele lava toda a louça, leva o lixo para fora, faz compras no supermercado, caminha por 30 minutos e faz 10 abdominais. No dia seguinte, não consegue fazer nada por causa da piora da dor.

Sandra tem 40 anos e foi diagnosticada com fibromialgia há 5 anos. A atividade mais prazerosa para ela é cuidar de seu jardim, porém nos últimos meses cuidar das plantas têm sido o suficiente para gerar dores por todo o seu corpo. Com isso, há 3 meses, ela tem ficado de repouso praticamente o tempo todo e se sente muito triste em ver o jardim descuidado como está.

Para começarem o processo de mudança, eles definem que atividades são as mais importantes para eles trabalharem:

  • Alberto escolhe as compras de supermercado neste momento inicial. Ele costuma ir uma vez por mês ao supermercado e faz uma grande compra, que leva muito tempo e faz a dor piorar muito.
    • Uma dica inicial para ele é ao invés de fazer uma grande compra, ir semanalmente ao supermercado e fazer compras menores, que vão necessitar de menos desgaste.

 

  • Sandra escolhe a jardinagem. Ela percebe que ficar 15 minutos seguidos já tem causado piora na dor.
    • Sugerimos que ela fique trabalhando no jardim por tempos menores e faça intervalos para descanso. Ela pode tentar ficar 10 minutos seguidos e então fazer um pequeno descanso. Depois, volta ao jardim por mais 10 minutos e faz um novo intervalo. Aos poucos ela poderá aumentar o período de jardinagem, sem abrir mão, porém, dos intervalos.

 

No próximo texto traremos mais alguns aspectos fundamentais do "Pacing" para que você possa implementar esta estratégia em seu dia a dia.

Equipo Interdisciplinario

 

Dra. Gabriela de Lima Freitas

Dra. Gabriela de Lima Freitas

Psiquiatra y acupuntora.

 

 
Ana Paula Cachola Carvalho

Ana Paula Cachola Carvalho

Psicóloga.

 

 
José Luiz Dias Siqueira

José Luiz Dias Siqueira

Psicólogo.

 

 

 

Sílvia Maria Bordignon da Costa

Sílvia Maria Bordignon da Costa

Enfermera.

 

 
Raquel Valentim

Raquel Valentim

Enfermera.

 

 
Luciana Magri

Dra. Luciana Magri

Nutricionista.

 

 

 

Dr. Rodrigo Antunes de Vasconcelos

Dr. Rodrigo Antunes de Vasconcelos

Fisioterapeuta.

 

 
Juliano Xidieh

Juliano Xidieh

Fisioterapeuta.

 

 

 

 
  • Mari

    Mari

    "Já tinha consultado inúmeros médicos sem resultado algum...o Singular fez toda a diferença no momento crítico pelo qual passei. Além dos profissionais competentes, o tratamento humanitário foi destaque durante o tratamento." Lea Más
  • Marcelo

    Marcelo

    "23 anos de dor lombar crônica. No começo de tudo a dor era insuportável, 24 hs por dia; nessa época já não esperava mais nada, era como mais uma consulta, mas foi através do tratamento de bloqueios e fármacos específicos Lea Más
  • Priscilla

    Priscilla

    "Confio plenamente em toda equipe que cuida de mim...estou evoluindo cada dia mais...minha vida não parou." Lea Más
  • Lucinda

    Lucinda

    Acho que nunca me acostumei com a dor, e saber que era possível me livrar dela me fez chegar até aqui, um lugar tão Singular, que certamente simbolizará um novo jeito de caminhar, um novo destino com projetos e possibilidades. Lea Más
  • Omar

    Omar

    DR CHARLES e DR FABRÍCIO dois Profissionais e dois seres humanos , sem palavras..... Lea Más
  • Marcelo

    Marcelo

    No início de 2013 comecei a sentir dores constantes na região cérvico-toráxica. Não sabia as causas e muito menos o diagnóstico para aquele incômodo muscular que passou a ser diário. Com o passar do tempo a dor começou aumentar de intensidade e de duração. Lea Más
  • Anderson

    Anderson

    É difícil mensurar minha satisfação atual, assim como era difícil suportar tanta dor e sofrimento pelo qual passei quando do início de meu tratamento junto à clínica singular, em especial pelo atendimento prestado pelo Dr. Charles. Lea Más
  • Gláucia

    Gláucia

    Procurei o Dr. Fabrício em decorrência de um pós operatório frustrado. Cheguei a primeira consulta totalmente fatigada, abaixo do meu peso, muita olheira por  noites mal dormidas e com uma grande expectativa quanto a solução para o alívio das dores Lea Más
  • Rodrigo

    Rodrigo

    Assim como o ano de 2016, o de 2017 para mim inicia-se com um enorme otimismo e as melhores expectativas possíveis! Todo esse otimismo está embasado no belíssimo papel que a Clínica SINGULAR desempenha em minha vida e na de Lea Más
  • Rosalva

    Rosalva

    Quero agradecer à toda equipe da Clínica Singular, todos, sem exceção, atenciosos, sempre presentes e muito gentis.  Em especial ao fisioterapeuta Rodrigo Vasconcelos que me auxiliou com exercícios e após conversar com o Dr. Rafael Barreto Silva  do Instituto da Lea Más
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