Um importante passo no tratamento da dor: uma nova classificação para a dor crônica foi incluída na nova versão do Código Internacional de Doenças (CID-11). Pela primeira vez, diagnósticos relacionados à dor crônica serão sistematicamente representados no código, que é publicado pela Organização Mundial de Saúde e sofre revisões de tempos em tempos. Há 28 anos a classificação não era revisada.
A classificação relacionada à dores crônicas foi desenvolvida por uma força tarefa promovida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP). A força tarefa contou com diversos especialistas na área, que trabalharam durante 6 anos, com base nas evidências científicas mais atuais e no modelo biopsicossocial de dor.
O periódico PAIN, publicado pela IASP, traz em sua edição de janeiro uma série de 10 artigos oferecendo uma visão geral da nova classificação. Entre os principais fundamentos, está a distinção entre dor crônica primária e dor crônica secundária. Este será assunto de um próximo post. Ao longo dos próximos dias traremos mais informações sobre a nova classificação, que deve trazer alguns benefícios para o tratamento da dor crônica no mundo.
Os autores que fizeram parte da força tarefa argumentam que uma classificação que unifica os diagnósticos relacionados à dor crônica pode ampliar o tratamento multidisciplinar da condição no mundo, facilitar os estudos de prevalência e impacto e informar com mais propriedade governantes e organizações de saúde para a tomada de decisões na saúde pública e privada a respeito de gastos com tratamentos adequados.
A nova versão do CID será apresentada aos países membros da OMS em maio deste ano. O Código oficialmente entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 2022.