Todos sabemos que as pessoas têm diferentes padrões de sensibilidade à dor. Um estudo recém-publicado no periódico Neuroimage aponta que ao medirmos o padrão de ondas cerebrais de uma pessoa é possível predizer a sua sensibilidade à dor.
O estudo foi realizado por uma colaboração de cientistas da Universidade de Birmingham com pesquisadores da Universidade de Maryland. Para sua investigação, eles aplicaram capsaicina no braço de 21 participantes. Capsaicina é o componente que deixa a pimenta ardida. Quando aplicada no braço, provoca dor em queimação.
Antes e durante a exposição à capsaicina, as ondas cerebrais dos participantes foram medidas através de um eletroencefalograma. Os cientistas investigaram um padrão de ondas em especial: as chamadas ondas alpha, que estão relacionadas a estados de relaxamento.
Os pesquisadores identificaram que o padrão das ondas alpha foi capaz de predizer a sensibilidade de cada participante ao estímulo doloroso. Participantes que apresentavam frequências mais lentas de ondas alpha antes da exposição à capsaicina reportaram sentir muito mais dor do que os participantes que apresentavam frequências mais rápidas de ondas alpha. Além disso, os participantes cujas ondas alpha aumentaram durante a dor reportaram menos dor do que os participantes cujas ondas alpha diminuíram.
Os autores concluíram que as frequências de ondas alpha de um indivíduo podem ser utilizadas como uma medida da predisposição dessa pessoa para sentir dor. Essa medida poderia inclusive ser utilizada no futuro para se identificar a predisposição da pessoa para desenvolver dor crônica e com isso, algumas medidas de prevenção serem tomadas.
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