Olá, hoje publicamos o primeiro texto da série "Uma VIDA com mais atiVIDAde". Em três textos, buscaremos mostrar a importância de buscar tornar-se mais ativo na vida, explicando os problemas de um corpo (e uma mente) sem movimentação e também apresentando uma forma de promover mais atividade na vida sem gerar mais dor ou estresse. No texto de hoje você poderá conhecer todos os potenciais problemas de uma vida sedentária.
Uma dor persistente pode provocar muitas mudanças na vida das pessoas. É muito comum vermos pacientes com dor crônica viverem alguns dos seguintes problemas:
- Redução nas atividades domésticas
- Restrição de atividades de lazer
- Menos contato com os amigos e familiares
- Excesso de repouso
- Problemas com o sono
É claro que nem toda pessoa com dor apresentará todos esses problemas, porém sabemos que a maioria deixa de fazer muitas coisas por causa da dor. No início, a consequência pode até ser boa, com uma diminuição dos níveis de dor. No entanto, a longo prazo, a redução da atividade pode trazer diversas consequências, como o descondicionamento físico. Estudos científicos apontam que uma semana de repouso já pode causar uma perda mensurável de condicionamento físico.
O nosso corpo tem a tendência de responder conforme as demandas que fazemos a ele. Com a perda de condicionamento físico, o corpo gradualmente se torna menos capaz de realizar atividades. Os períodos de repouso se tornam mais longos e a atividade se reduz consideravelmente.
Com o tempo, o excesso de repouso pode causar diferentes efeitos em nosso corpo, como aumento do risco de doenças cardiovasculares, obesidade, perda de massa muscular, envelhecimento precoce e até depressão. Nos parágrafos abaixo, você poderá entender por que isso acontece.
MÚSCULOS E TENDÕES: a redução da atividade provoca uma diminuição na espessura das fibras. A cada dia de repouso, perde-se 8 mg de proteína.
OSSOS: a cada semana de repouso, perde-se 1,54gm de cálcio. Depois de 6 meses de repouso completo, perde-se 40% do cálcio do corpo. Os ossos dependem de cálcio para sua força. A perda de cálcio faz os ossos ficarem mais frágeis, facilitando o risco de fraturas.
SISTEMA CARDIOVASCULAR: se não exercitado, o coração se torna menor e menos eficiente. Quando você se exercita, você precisa de mais oxigênio para as áreas que estão em maior atividade. O oxigênio é levado pelo sangue, através dos vasos sanguíneos, que percorrem todo o corpo. O coração funciona como uma bomba, enviando o sangue para as diferentes partes do corpo. Quando nos exercitamos, o coração precisa trabalhar mais, os pulmões devem se expandir e os vasos sanguíneos tornam-se mais flexíveis. Quando você está inativo, nada disso acontece. Com isso, o coração fica menor e menos oxigênio é transportado pelo corpo. Como resultado, você se sente cansado mais facilmente. Aumentam também as chances de desenvolvimento de uma doença cardiovascular.
CÉREBRO: a circulação de sangue no cérebro também diminui. Aparecem sinais de cansaço e falta de atenção. O sono piora. Há mais dificuldade de lidar com estressores e também maior possibilidade de desenvolver depressão.
Com tudo isso, fica clara a necessidade de tornar-se mais ativo, porém nem sempre isso é fácil. No próximo texto veremos que simplesmente querer realizar mais atividades não é o suficiente para promover mudanças positivas na vida. Quando a atividade não é realizada adequadamente, pode levar a uma piora do quadro de dor e, a longo prazo, resultar em uma inatividade ainda maior. No último texto, traremos a resposta de como ter uma vida mais ativa sem desencadear novas crises.