Nos últimos anos, a ciência tem buscado compreender a influência da alimentação em nossa saúde. Em relação à dor crônica, muitos estudos apontam que a alimentação influi consideravelmente tanto na prevenção quanto na sua evolução.
De forma geral, podemos dizer que uma dieta variada e equilibrada, que inclua frutas, grãos integrais, legumes e gordura saudável oferece energia suficiente para que seu corpo funcione de forma adequada. Além disso, uma dieta saudável é essencial para combater a obesidade, condição que aumenta consideravelmente o risco de se desenvolver dor crônica.
Outro aspecto importante na relação dieta e dor crônica é a propriedade anti-inflamatória de certos alimentos. Por outro lado, alguns alimentos parecem provocar uma maior inflamação.
A inflamação acontece quando nosso sistema imunológico reconhece que nosso corpo está em perigo e toma medidas para protegê-lo. Quatro sinais costumam indicar que há um processo inflamatório em alguma parte do seu corpo: calor, vermelhidão, inchaço e dor. A princípio, este é um processo saudável, mas ele pode se tornar crônico e causar mais problemas do que soluções. Em muitos desses casos, mesmo sem haver um perigo real para o corpo, a inflamação persiste. Isto acontece em muitos casos de dor crônica.
Antes de abordarmos os alimentos com propriedades anti-inflamatórias, vamos listar as comidas que aumentam o processo de inflamação:
- Carboidratos refinados, como pão branco ou massas não integrais
- Comidas processadas, como bolachas, nuggets, salsicha e outros alimentos industrializados tendem a conter um alto índice de gorduras não saudáveis (como gorduras saturadas e gordura trans)
- Frituras
- Refrigerantes
- Margarina
- Carne vermelha
Agora, vamos aos alimentos que têm sido apontados como ricos em propriedades anti-inflamatórias. De forma geral, alimentos ricos em Ômega 3 e antioxidantes são os campeões. Alguns exemplos são:
- Peixes, como salmão, atum, sardinha e cavalinha
- Nozes, amêndoas, castanhas em geral
- Tomate
- Morango, blueberry, abacate, cereja, laranja, maçã
- Folhas verdes, como espinafre e couve
- Temperos como gengibre e açafrão
Por fim, esclarecemos aos nossos leitores que ainda não há um consenso quanto às pesquisas sobre as propriedades anti-inflamatória dos alimentos. Isso significa que mais estudos são necessários para apontarmos o quanto a dieta pode realmente contribuir neste processo. Com isso, não recomendamos que se troque qualquer tratamento convencional pela dieta. Além disso, os estudos não apontam que que mudanças na dieta vão eliminar por completo as dores.
O ideal é que mudanças na alimentação sejam realizadas de forma complementar e que sejam discutidas com seu médico. Consultas com profissionais especializados em questões relacionadas à alimentação, como nutrólogos e nutricionistas, também podem contribuir no uso adequado de alimentos para cada caso em específico.
De qualquer forma, se olharmos a lista dos alimentos indicados, podemos ver que são itens frequentemente incluídos no que se considera uma alimentação saudável. Por isso, fazemos o convite aos nossos leitores: inclua esses itens em sua dieta, evite os alimentos da lista dos não recomendados e perceba como o seu corpo responderá à essa mudança. Essa é a melhor medida do quanto a alimentação pode influenciar em sua saúde!
Para mais informações sobre nutrição e saúde, confira aqui a entrevista que realizamos com a Dra. Luciana Di Pietro Magri, nutricionista da equipe do Singular
Fontes para escrever este post:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25744682
http://www.health.harvard.edu/staying-healthy/foods-that-fight-inflammation#