Um estudo publicado no periódico JAMA Internal Medicine deste mês aponta uma associação entre dor persistente, declínio da memória e demência em idosos. O estudo longitudinal foi realizado por pesquisadores da University of California, San Francisco (UCSF), com 1065 pessoas acima de 60 anos, de ambos os sexos.
Duas entrevistas foram realizadas com os sujeitos da pesquisa, entre 1998 e 2000. “Dor persistente” foi considerada quando o participante declarava ter dor de intensidade moderada a severa nas duas entrevistas, ou seja, por um período de 2 anos. Após isso, os participantes foram acompanhados de 2000 até 2012 para que fossem identificadas as pessoas que desenvolveram demência e também medir o nível de declínio de memória através da aplicação de testes específicos.
Os pesquisadores identificaram que os participantes que disseram ter dor de moderada a severa nas duas entrevistas tiveram um declínio nos testes de memória 9,2% mais rápido do que os participantes que não tinham dor no período das entrevistas. Além disso, os participantes com dor tiveram uma chance aumentada de desenvolver demência.
A principal pesquisadora do estudo, Dra. Elisabeth Whitlock, afirmou ao site da UCSF que estes achados apontam novas possíveis estratégias para se buscar proteger os idosos contra os declínios cognitivos relativos ao envelhecimento. Os autores sugerem três possíveis causas da relação entre dor crônica e declínio de memória e demência:
- O declínio cognitivo pode ser efeito de um aumento no uso de opioides
- A experiência de dor pode comprometer a capacidade do cérebro de processar memórias
- Algum outro fator não levado em conta no estudo
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