É comum pessoas com dor crônica ouvirem respostas negativas do esposo ou esposa, da família em geral e de amigos. Frases como “você não deve estar com tanta dor assim” ou “você está fazendo corpo mole” infelizmente são muito frequentes na vida de quem sofre com dores constantes.
Um grupo de pesquisadores das universidades de Rush, La Verne, Duke e Notre Dame desenvolveu uma pesquisa para compreender melhor os efeitos de tais críticas na vida de pessoas com dor lombar crônica. Os resultados foram publicados no site do periódico Pain na semana passada.
Participaram do estudo 142 pessoas, sendo 71 pessoas com dor crônica e seus respectivos maridos e esposas. Os pesquisadores utilizaram um procedimento de laboratório para avaliar se as críticas do marido ou da esposa poderiam predizer a variabilidade na performance dos pacientes em uma determinada tarefa relacionada a um comportamento de dor e também na intensidade de dor relatada por essas pessoas.
Os resultados apontam que o nível de crítica e hostilidade do esposo/esposa tiveram uma correlação positiva com a intensidade de dor durante a tarefa e também com os comportamentos de dor. Os níveis de hostilidade e crítica foram avaliados de duas formas: os pesquisadores deram um escore, baseados na gravação de uma interação de 10 minutos entre o casal. O outro escore foi apontado pelo próprio paciente com dor lombar, ou seja, uma percepção de quão hostil a pessoa acreditava que seu parceiro ou parceira havia sido.
Os autores concluíram que a interação marital deve ser um elemento a ser levado em conta no tratamento de pessoas com dor lombar crônica, pois a forma como o marido ou esposa lidam com a dor de seu parceiro e parceira pode fazer toda a diferença tanto na intensidade de dor, quanto na capacidade da pessoa com dor superar as suas limitações.
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