Na subdivisão das dores relacionadas ao câncer estão as dores causadas especificamente pelo tumor primário ou por metástases.
A expansão de tumores causa lesão tecidual e a liberação de mediadores inflamatórios. Além disso, o câncer também pode comprimir ou destruir algum nervo, resultando em alterações neuropáticas. No CID-11, a dor oncológica crônica pode ser subdivida nos seguintes itens:
1 - Dor oncológica crônica visceral: o tumor ou metástase causa dano ou lesão nos órgãos viscerais na região da cabeça ou pescoço, ou nas cavidades torácicas, abdominais ou pélvicas. Exemplos incluem metástases dolorosas no fígado ou invasão do plexo celíaco por um tumor pancreático. Este tipo de dor tem difícil localização e pode se apresentar como dor referida. Os mecanismos podem ser compressão, distensão, inflamação ou isquemia.
2 - Dor oncológica crônica óssea: tipo mais comum de dor oncológica. Sua origem são danos ou lesões no esqueleto ósseo, causados por tumores ou metástases. Como o câncer primário nos ossos é raro, as causas mais frequentes são as metástases, por exemplo, na coluna cervical, pélvis e quadris. Tais metástases podem enfraquecer os ossos a ponto de pequenos movimentos causarem fraturas.
3 - Dor oncológica crônica óssea: dor causada por tumor primário ou metástase lesionando ou danificando os sistemas nervosos periférico ou central. Um exemplo frequente é a compressão da medula causada por uma metástase. A dor geralmente é percebida na distribuição dos nervos afetados. Dores neuropáticas estão associadas a piores resultados no tratamento da dor oncológica. Para aumentar a efetividade dos recursos de analgesia, é essencial identificar corretamente os mecanismos neuropáticos.