Em agosto de 2015, o periódico esportivo Lance! publicou um artigo escrito pelo Dr. Charles de Oliveira, sobre o uso de Plasma Rico em Plaquetas na cura de lesões de esportistas de alto rendimento. Confira o texto na íntegra:
Plasma Rico em Plaquetas ajuda a recuperar mais rápido e diminui dores
Dr. Charles Amaral de Oliveira
Para um aleta, de alto rendimento ou amador, a pior situação é uma lesão. E não é só por, daí, ter de ficar parado. As dores podem influenciar inclusive no humor e atrapalham no dia-a-dia de um esportista. Uma parte muito importante e que quase passa despercebida é o que a medicina pode fazer para acabar com essa dor e, assim, ajudar a acelerar o processo de recuperação.
Uma das áreas mais promissoras nos últimos anos é a medicina regenerativa. Pesquisadores estão investigando a capacidade do corpo humano para regenerar órgãos e tecidos, e com isso desenvolver técnicas que possam ajudar as pessoas a se recuperarem de lesões, e a terem, consequentemente, uma vida melhor.
Na Medicina da Dor, um procedimento com grande potencial na recuperação de pacientes é chamado de PRP, sigla usada para o termo “Plasma Rico em Plaquetas”. Antes de qualquer coisa, é importante esclarecermos: o Conselho Federal de Medicina ainda aponta que este é um procedimento experimental. Por outro lado, em vários países da Europa e nos Estados Unidos esta prática é bastante comum.
Diversos atletas de ponta já realizaram procedimentos de PRP. Alguns exemplos são Rafael Nadal, Tiger Woods e Kobe Bryant. O PRP tem a vantagem de ser relativamente simples, o que o torna uma boa alternativa a cirurgias nos casos mais complexos. Além disso, são vários os casos de atletas que conseguem retornar rapidamente à sua prática sem grandes prejuízos em suas performances.
O tenista Rafael Nadal, por exemplo, depois de sete meses fora das quadras em 2012 realizou o PRP e conseguiu voltar a jogar. Voltou e venceu três torneios alguns meses depois: o Aberto do Brasil, o ATP de Acapulco e o Masters 1.000 de Indian Wells, sendo que este último foi em quadra de piso sintético, que costumava lhe causar as piores dores.
Mas como funciona o PRP? É uma porção do plasma sanguíneo que contém altas taxas de plaquetas, células que são as principais responsáveis pelo processo de cicatrização do corpo humano, que formam coágulos, entre outras funções. No procedimento de PRP, uma porção de sangue é retirada do próprio paciente e colocada em uma centrífuga, para separar o plasma rico em plaquetas, aumentando em até sete vezes a quantidade de plaquetas contidas no sangue integral.
Após este procedimento inicial, o médico utiliza imagens de ultrassonografia para guiar a agulha até o local onde ele injetará o PRP. Após a aplicação, as plaquetas começam a acelerar o processo de recuperação da lesão. Dependendo da complexidade do caso, costuma-se indicar até três aplicações, com um intervalo de 15 dias entre cada uma delas.
Por ser uma estratégia não cirúrgica, o PRP tem sido considerado um excelente recurso para o tratamento de lesões esportivas, pois o tratamento usa os recursos do próprio corpo do paciente para ajudá-lo no processo de cura. A Medicina do Esporte e a Medicina da Dor podem ganhar muito com o aumento de estudos sobre este e outros procedimentos da Medicina Regenerativa. Os resultados são bastante promissores.